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Carreira: Conservação e RestauroDescrição: Conheça o que faz o profissional dessa área e como é a profissão.
Trabalho do restaurador é essencial para a preservação da identidade cultural.
Cursos de graduação existentes no país são poucos e recentes.
Profissional precisa entender de história e de química.
Um povo se reconhece como tal graças às heranças culturais e
materiais comuns a essas pessoas. E para que esse patrimônio
seja preservado de uma geração a outra o trabalho do conservador
e restaurador é fundamental. O profissional irá lidar com a
recuperação de bens móveis, como quadros, peças de cerâmica e
esculturas.
“Fazer a restauração de um objeto implica não só
em trazê-lo à sua forma original mas também em respeitar a
história dessa peça. Muitas vezes, as intervenções posteriores
têm tanta importância quanto a concepção original e, então, vale
a pena deixar as marcas desses registros”, explica Elaine
Caramella, professora do curso superior tecnológico de
conservação e restauro da Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP).
Segundo ela, há uma grande diferença entre
conservar e restaurar: “a restauração implica em devolver a obra
ao seu estado ‘original’, e a conservação consiste em aplicar
técnicas que vão impedir que a peça se deteriore ainda mais”.
“Isso é mais fácil de ser percebido na arquitetura. Na Itália,
por exemplo, as ruínas do Fórum Romano e do Coliseu foram
conservadas e não restauradas”, afirma Elaine.
E quem pensa que basta gostar de história da arte que vai se dar
bem está enganado. Conhecimentos em ciências naturais, como
química, biologia e física, são fundamentais.
“No caso dos livros, por exemplo, o problema da degradação do
papel é a acidez. Daí há a necessidade de utilizar produtos
químicos e saber utilizar o papel adequado”, afirma José Carlos
Andreoli, diretor do Centro de Documentação da Universidade de
Brasília.
Formado em química, ele coordena uma equipe de
técnicos que cuidam da restauração de livros. “Além do material
da universidade, também fazemos projetos externos, como a
recuperação de obras raras do acervo do Senado.”
O restaurador Julio Moraes, cujo estúdio realiza a restauração do
teto da igreja do Carmo, no Centro de São Paulo, concorda.
"Esses conhecimentos são mesmo muito pertinentes. A pessoa
pode até não gostar no começo, mas depois vai vendo a aplicação
prática e logo se interessa."
Cursos
A formação profissional para lidar com bens móveis em nível de
graduação ainda é muito recente no país. Segundo dados do
Ministério da Educação, há sete cursos na área _cinco deles são
tecnológicos.
“É uma carreira bastante interdisciplinar”, diz
Luiz Souza, professor do bacharelado em conservação e restauro
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Há uma
integração com outras escolas e institutos da universidade, como
as escolas de Arquitetura, Ciência da Informação e Engenharia,
as faculdades de Letras e de Filosofia e Ciências Humanas e os
institutos de Ciências Biológicas, Ciências Exatas e
Geociências.”
No curso oferecido pela PUC-SP, que tem duração de
três anos, as aulas de ateliê de restauro são dadas nos salões
da igreja São Cristóvão, restaurada em 2000, que fica na avenida
Tiradentes, na região central de São Paulo. A primeira turma
começou no segundo semestre de 2008.
A Unicamp prevê a abertura de um curso de graduação em
conservação e restauro no campus de Limeira a partir de 2010. O
curso deverá oferecer 60 vagas.
Disponível nas áreas de: vestibular profissão artes história
Fonte (Acessa para saber mais): g1.globo.com